Hoje está fazendo 24 anos que recebi a "visita" do Corpo de Bombeiros na minha casa.
Parecia um dia comum, levantei, preparei café da manhã para as crianças e Antonio Carlos, ele e os dois mais velhos saíram, ele os deixaria na escola (Colégio Metodista) e iria para o trabalho, na época era em uma emissora de rádio. Despedi-me de todos e fui começar o dia, como qualquer mãe, esposa e dona-de-casa.
Eram já umas 10 e pouco da manhã quando ouvi um barulho do Renato (o caçula, que hoje trabalha como cinegrafista), parecia estar mexendo com baldes. Continuei a arrumar minha cama, mas logo senti também um cheiro de queimado. Fui ver o que era.
Pois era... Ele colocou fogo em uma cortina que estava no quartinho dos fundo, dentro de um armário, esperando para ser lavada. Quando viu que o fogo se alastrou, pois a cortina era de voil, tentou apagar o fogo com o balde, mas faltava água todas as manhãs nessa casa, então, para que eu não visse, ele fechou a porta do armário... Só mesmo na cabecinha de um garoto de 4 anos isso iria funcionar...
De fato não funcionou, o quartinho tinha o teto de madeira e depois as telhas e o fogaréu ia se alastrando! Não tive dúvidas, liguei 193 e chamei os bravos heróis da corporação. Rapidamente eles vieram e começaram o serviço, teve até rescaldo!
Lógico que começou também a juntar gente! Eu estava presa na cozinha, os bombeiros haviam cercado a área, o corredor que dava para a rua e era bem grande estava lotado de gente que eu nunca tinha visto, nem antes e nem naquela hora, estava tudo cercado do meu lado.
De repente a moça que trabalhava na farmácia da esquina gritou para mim: "_Laizyr (é... é o meu nome... coisa da minha mãe, é igual ao dela, só que ela gostava...), tá cheio de gente aqui!" Na hora respondi para ela: "_Manda voltarem na semana que vem com um presente, é meu aniversário!" Foi uma gargalhada só!!!
A hora do almoço ia chegando e meu marido ia voltar logo com as crianças (é, ele ia levar e buscar os dois na escola), achei melhor ligar pra ele, disse: "_Olha, não fica preocupado não, é que tem 2 caminhões de bombeiros aqui em casa, mas tá tudo bem..." Coitado...
O pior é que nenhum dos curiosos voltou na semana seguinte com meu presente...
O quartinho ficou só o esqueleto, paredes e telhas, os vidros da janela estouraram, a máquina de costura que havia sido da minha avó perdeu-se de vez, mas entre mortos e feridos salvaram-se todos!
